terça-feira, 28 de abril de 2009

Soneto de fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Estoril, outubro, 1939
*
Os sonetos de Vinícius de Moraes surpreendem a capacidade de atualizar a lírica de Camões. Sensacional! =D

2 comentários:

Tarsila Fraga disse...

"Mas que seja infinito enquanto dure"

isso eh lindo D+++++!!!!!!!!!!
Vinícius de Moraes eh o cara!!!! hehehe Foda!!!! =D

BJAOOO!!!! =P

Unknown disse...

Vc esta virando uma poetera !!!!!


=D